quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A tal Saudade...



É como se um pedaço da gente faltasse, é uma falta, um desejo, mas é mais que uma vontade, é mais que um suspiro, uma lembrança, um destino, uma criança, um abrigo... É como se a gente tivesse se perdido e em um minuto a gente se encontrasse. É uma saudade!
Uma saudade que vem em um fim de tarde e te isola do mundo, e você passa então a remoer todo aquele momento, é um filme que guardou apenas os melhores momentos, é uma palavra da música que ficou, um beijo que marcou seu gosto, uma fuga sem sentido, mas que fez toda a diferença. Um retrato, uma fotografia que a eternidade guardou, é um domingo qualquer, ou numa madrugada aí, que se cria a tal saudade.
Como explicar? Que sentimento é esse que traz alegria e tristezas, sorrisos de criança, sonhos de adolescente que ficaram pra trás, outros tantos que se realizaram ou ainda aqueles que jamais se tornaram realidade? Sentimento forte. Palavra sem tradução, singular, e ainda sim de significados infinitos para quem o sente. Palavra, sentimento inexistente nos demais países. Sentimento que se sente e não se explica, se vive e não rejeita. Sentimento simples e popular. Quem nunca chorou ao se lembrar de um amigo, de um acontecimento importante, até mesmo de brigas e dores, que atire a primeira pedra.
Quem criou isso devia sentir falta de muita gente, de outros tempos, de outros amores, que sentimento inexplicável que nem Vinicius e Chico juntos conseguiram traduzir numa canção. Arde, queima, esfria e volta, e surge ali uma pequena cicatriz, no meio de mil coisas, tão insignificante, mais tão poderosa, que chega atormentar. Um falta de alguém, de algo. Um adeus é um oi, um fazer amor, é um beijo, são bocas, peles, arrepios, sorrisos e amigos. É se pegar ali no meio de mil pessoas e sentir que falta uma, é estar na maior festa do mundo e parar exatamente quando toca a sua música.
Nem os grandes nomes da música, compositores, poetas, nenhum deles conseguiu definir ao certo. Todos tentaram descrever; dor, alegria, tristeza, amor, ódio, sensações e sentimentos que se misturam e simplesmente atribuímos o nome saudade. Mas, como, quando, quem, como, onde, porque saudade? Por mais que tentemos não teremos explicações, conseguiremos sim descobrir mais e mais sentimentos e palavras que somadas formam a tal saudade. Chegamos à conclusão de que não adianta dizer “não sinto saudades, não sei o que é”, quando todos nós sabendo ou não o que é, sente, seja pela coisa mais banal, o que também é relativo, pois para um pode assim ser e para outro não.
Sem traduções é assim que descrevo saudade, porque ela não se explica, não se define e nem se limita, apenas meu caro ... ela se Sente!


(texto escrito por Má e Jú (http://jucastros.blogspot.com/))

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